"Por amor faço tudo"

Aos 28 anos e prestes a regressar à televisão, a estrela da SIC diz-se uma mulher feliz. Numa conversa sincera e cheia de sorrisos, Diana falou da carreira, da família, do namoro com o benfiquista César Peixoto e do sonho de ser mãe. Meio a brincar, meio a sério, ainda nos revelou um sonho: um dia quer brilhar em Hollywood.
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Regressa no início de Junho à SIC com a segunda edição do concurso Salve-se Quem Puder!. Quem é que começaria por salvar se o mundo acabasse amanhã?

A minha família, claro.


E a quem é que não estenderia a mão num momento de aflição?

Sei lá... Acho que não era capaz de não estender a mão, não é da minha natureza. Mas se tivesse em dúvida entre algumas pessoas, havia umas que não pensava duas vezes e deixava-as lá à espera (risos).


Passa a imagem de uma pessoa bem-disposta e sempre sorridente. Nunca se irrita?

Ai não! (risos) Irrito-me se não dormir, por exemplo, se não me deixarem dormir irrito-me imenso. Mas não sou de me irritar muito com os outros. Irrito-me quando me pisam, quando me faltam ao respeito, sou oito ou oitenta, não tenho meio-termo. Sou uma pessoa educada e respeitadora e isso é o mínimo que exijo às outras pessoas, que me respeitem e sejam educadas. Se não o fizerem, é normal que reaja.


O que é que a tira do sério?

Detesto gente malcriada. Eu não faço esforço nenhum para ser educada com as pessoas, é uma questão de formação. A prepotência é outra coisa que me irrita imenso, que me tira do sério.


E o que é que a faz rir?

O meu sobrinho (risos). Faz-me rir imenso. Quando estou em família rio-me imenso pelo simples facto de estar feliz. Sou uma pessoa que normalmente anda sempre assim... (e mostra um largo sorriso).


É uma pessoa de choro fácil? O que é que a faz chorar?

Um bocadinho... Há muitas coisas me fazem chorar, até um anúncio a um filme de desenhos animados... Choro sempre imenso quando vejo o Up, Altamente, é um filme maravilhoso. Também choro de alegria e de emoção, quando vou ver um concerto, por exemplo, há momentos em que o público fica ao rubro e eu fico arrepiada e choro um bocadinho... mas é de emoção (risos).


Em 28 anos tem tido muitas desilusões?

Sinceramente, não. Vivi uma parte menos boa, muito cedo também. Mas a partir desse momento a vida continua e temos de encontrar uma forma de superar essas tais coisas menos boas.

Perdeu a sua mãe aos 12 anos. Cresceu mais depressa por causa disso?

Talvez, mas não foi nada forçado porque sempre tive um apoio muito grande da família. Continuei a fazer a vida exactamente igual, mas é claro que quando nos deparamos com uma realidade dessas temos de crescer de alguma forma, porque ninguém com 12 anos está preparado para sofrer uma perda assim.

Como é que encara os momentos menos bons?

O mais simples é relativizar as coisas, acho que devemos fazer isso em todas as situações.

Que características herdou da sua mãe?

Sou mais parecida com o meu pai, a minha mãe era mais dinâmica, de pêlo na venta, era empreendedora, a minha irmã Sara é a mais parecida com ela em termos de feitio. Mas tenho muitas coisas dela, é uma mistura.

Mantém uma forte ligação ao seu pai. Ele é o seu porto de abrigo?

O meu pai é pai, mãe, amigo, é tudo, é uma das pessoas mais importantes da minha vida.

Tem duas irmãs, uma mais nova (Sara, 24 anos) e outra mais velha (Petra, 35 anos). Ser a filha do meio nunca a incomodou?

Não, nada. Quem nos conhecer sabe que isso não existe. Somos muito unidas, muito amigas, ainda hoje somos muito ligadas e não há nada dessas coisas.

Qual das três é mais menina do papá?

Somos as três meninas do papá (risos)... Mas talvez seja a minha irmã mais nova. Ainda hoje a trato como se tivesse 12 ou 8 anos, e ela chateia-se comigo por isso (risos).

Na adolescência quem era a mais irrequieta das três?

A Sara (risos). Eu e a minha irmã mais velha éramos mais calmas. Acho que foi descendo: a minha irmã mais velha é médica, foi atleta olímpica, é um exemplo; eu também era toda certinha, tinha muito boas notas, portava-me mais ou menos... tinha assim os meus desvios (risos). Já a Sara, o meu pai tinha de ir à escola quase todas as semanas... (risos)

E qual das três era a mais solicitada pelos rapazes?

Acho que continua a ser a Sara (gargalhada). Eu não tinha muita percepção porque tinha a natação e quando ia às aulas já chegava atrasada,  não tinha grande convivência com os colegas. Mas as minhas irmãs são lindas, por isso elas sempre foram muito solicitadas... (risos)

Sente-se mais calma hoje do que era aos 20 anos?

Sempre fui uma pessoa muito calma e acho que continuo a ser um bocadinho. Sou mais caseira do que de festas.

Tem um sobrinho com dois anos e meio, filho da sua irmã mais velha. Como é a tia Diana Chaves?

É a tia Diana. É só mimo, muito mimo (risos). Mas também imponho regras, até porque detesto pessoas malcriadas.

Ser tia e lidar também com o Rodrigo (filho de César Peixoto) ajuda-a a preparar-se para um dia ser mãe?

Sim. Eu sempre adorei crianças e quando era miúda fazia babysitting, adorava ir cuidar dos bebés e tinha imenso jeito. Quando se gosta de crianças é sempre uma aprendizagem e com certeza que servirá para quando eu tiver os meus 37 filhos (risos).

Que tipo de mãe gostaria de ser?

Como a minha mãe e o meu pai foram, porque não há diferença, e como a minha irmã mais velha é, eu hei-de ser igual. Está dentro de nós.

"Não tenho medo do futuro"

Foi nadadora de competição, deu vida a uma nadadora-salvadora nos Morangos com Açúcar, apresenta um programa à beira de uma piscina, vive perto do mar... A água é um elemento importante para o seu equilíbrio?

É o elemento. Acredito muito em coincidências, não sei se esses factores que enunciou serão todos coincidência, mas a água é o elemento da minha vida, é onde me sinto bem. Seria incapaz de viver longe do mar, tenho de estar perto. Não tenho de o ver, mas ele tem de estar ali. O sítio onde me sinto mais confortável é dentro de água.


Continua a nadar hoje em dia?

Sim, nado. E ao contrário de outras pessoas  que vêem a natação como uma forma de exercício físico, para mim é mais uma forma de descontracção.


É Caranguejo de signo. Costuma olhar muito para trás?

É mais de lado (risos).


É desconfiada?

Um bocadinho, tem de se ser na vida. Também sou um bocadinho nostálgica, mas não vivo do passado. E não tenho medo nenhum do futuro.


Quando olha para trás o que é que vê?

Vejo que independentemente das contrariedades da vida sou uma pessoa superfeliz, tenho muita sorte.


E quando olha para a frente, como é que projecta o seu futuro?

Igual ou melhor, sempre.

Quando se vê ao espelho o que é que vê reflectido?

Depende do dia (risos). Mas vejo uma pessoa feliz, acho que isso é o mais importante. Sou feliz.


É vaidosa?

Sou vaidosa, sim, e acho que todos devemos ser.

E é uma mulher romântica.

Sou. Mais do que de ser surpreendida gosto de surpreender. Acho que a magia das coisas está nos pequenos detalhes, nos gestos, não é preciso fazer uma coisa exageradíssima para se ser romântico. Eu só estou realmente feliz quando as pessoas que amo estão felizes e acho que isso é romantismo.


O que é que era capaz de fazer por amor?

Faço tudo (risos).


Namora há quase três anos com o benfiquista César Peixoto. Imagine que ele ia jogar para o estrangeiro, seria capaz de abdicar da carreira para ir atrás dele?

Acho que abdicar de uma carreira não é um acto de amor. Assim como eu disse que só estou feliz se as pessoas que amo estiverem felizes, elas também só vão estar felizes se eu estiver. Por isso, não é abdicando do meu sonho ou da minha vida que vou fazer alguém feliz.


É fácil viver com um futebolista?

Eu fui atleta de alta competição, mais do que ninguém compreendo os horários, o abdicar disto ou daquilo, o não ter férias... porque eu própria vivi isso. Até agora tenho conseguido conciliar as coisas, às vezes é mais fácil, outras mais difícil, mas isso também dá piada à vida, quebra a rotina. E é assim que gosto de viver. As coisas são conciliáveis e quando se ama tudo se consegue.


Já sublinhou várias vezes que o casamento não é uma prioridade. Não diz isso por ter medo que um papel possa estragar as coisas?

Sinceramente acho que o casamento não tem qualquer importância. Não faço tenções de me casar, mas se um dia me apetecer, nos apetecer, quem sabe... Mas não é uma coisa que ache importante, tenho outras prioridades na minha vida.


Descobriu recentemente o talento para a cozinha. Qual é a sua especialidade?

Faço um bacalhau com batata e cebola óptimo - não sei o nome do prato, porque depois invento e dou o meu toque de chef Diana (risos) - e como lá em casa toda a gente gosta de bacalhau, é um trunfo que tenho na manga (risos). O meu pai é grande chef e chamo-o sempre para aprovar.


Qual é o prato que enche as medidas ao César Peixoto?

É um arroz de carnes que vai ao forno, mas ele também adora o bacalhau.


E o seu namorado tem jeito para a cozinha?

Isso tem de lhe perguntar a ele (risos).


Também é um bom garfo. De que iguarias não se priva?

De quase nada. Adoro cozido à portuguesa, adoro todas as comidinhas pesadas (risos)... O meu pai é transmontano, a minha mãe era alentejana, por isso não há como fugir (risos). Mas não como sempre assim, também gosto de coisas mais levezinhas, saladas, adoro gelados... E não gosto de chocolate, por exemplo.

"Não estou preocupada
com as audiências"


Na próxima semana começa a gravar a segunda edição do Salve-se Quem Puder!. Já tem saudades de dizer "Soltem a parede!"?

Tenho. Estou ansiosa por começar, tenho saudades e sinto que as pessoas também têm saudades. Quando me abordam na rua é para saber quando é que vou voltar. Noto que gostaram do programa e que têm saudades.

A primeira edição foi um sucesso de audiências. Sente uma responsabilidade acrescida neste regresso?

Vou encarar como da primeira vez, não estou preocupada com audiências, se é líder ou não, não é da minha competência. Tenho é de fazer o meu trabalho o melhor possível, ser boa profissional. E se tiver boas audiências melhor ainda.


Pode dizer-se que o sucesso do programa se deve à Diana Chaves?

Isso é exagerado. Deve-se também ao projecto em si, ao Marco Horácio e à equipa da Fremantle, que é maravilhosa.


O seu futuro profissional passa pela apresentação?

Espero que sim, também. Adoro representar, mas já disse que o Salve-se Quem Puder! foi uma das melhores experiências profissionais da minha vida, adorei mesmo.


Já se sente mais apresentadora do que actriz?

É difícil dizer, são coisas completamente distintas. Ser actriz não era um sonho meu, foi uma oportunidade. Sou uma pessoa de sorte, mas acredito que somos nós que fazemos a nossa sorte. Acho que as pessoas têm é de acreditar e o resto com um bocadinho de esforço e dedicação consegue-se. É assim que tenho conseguido as minhas coisas e tenho todo o orgulho no meu percurso.


Em poucos anos passou de desconhecida a figura pública de enorme mediatismo. Alguma vez se deixou deslumbrar pela fama?

Nunca. Acho que isso vem de base, é uma questão de formação. O deslumbramento é uma característica das pessoas, ou se é ou não se é deslumbrado. Não sou uma pessoa deslumbrada, eu sonho mas sou uma pessoa prática, pragmática. Hoje tenho este trabalho, que tem uma exposição mediática muito grande, mas já tive outros que também me faziam feliz. E se amanhã tiver de fazer outra vez esse tipo de trabalho, vou fazê-lo e vou ser feliz. Não vivo obcecada com isso. Faço o meu trabalho e depois tenho o meu mundo, o mundo normal das pessoas, a casa, os amigos... O meu grupo de amigos continua a ser o mesmo de sempre.


Fez recentemente uma perninha na série de vampiros da SIC Lua Vermelha. Que tal foi a experiência?

Foi o máximo, foi uma participação muito curta mas divertidíssima. Foi muito giro gravar a parte dos duplos, das lutas, ensaiar tudo, adorei a parte física.


E a Diana também morde como os vampiros?

Se tiver de ser mordo... (risos)


E para quando o regresso à representação?

Ainda não sei. Vou começar a gravar o Salva-me Quem Puder!, o que não me deixa muito tempo para outras coisas. Mas vamos ver.


É cada vez mais uma cara da SIC. Sente-se bem na estação de Carnaxide?

Sinto-me lindamente, sinto-me em casa.


Alguma vez foi sondada para mudar de ares?

Essas coisas não se contam (risos), o segredo é a alma do negócio.


É uma das figuras mais bem pagas da nossa televisão. É poupadinha?

Sim. Tenho essa preocupação, também porque não penso só em mim. Tenho família e saber que se tiver algum cuidado posso ajudar é maravilhoso. Não ando por aí a esbanjar dinheiro, mas também não sou muito agarrada.


E o que é que a faz perder a cabeça?

Sapatos... (risos) E há uma coisa em que não me custa nada gastar dinheiro: em comida. Adoro ir jantar fora e pagar assim um jantar... Também adoro viajar, é bom juntar um dinheirinho e aproveitar para fazer uma viagem de vez em quando.


Fazer cinema continua a ser um objectivo?

Adorava, acho que qualquer actor ou actriz gostaria. Mas cada coisa a seu tempo, não há pressas.


Onde é que se vê daqui a 20 anos?

Sonhar é um direito que todos temos e eu quero o que todos querem: Hollywood (gargalhada). O sonho comanda a vida, é mesmo verdade. Se uma pessoa não sonhar não vai a lado nenhum. Não vivo preocupada com isso, mas gosto de viver assim, uma coisa de cada vez e as coisas acontecem.


E a nível pessoal, como gostaria de se ver aos 48 anos?

Espero ser como as minhas colegas mais velhas de ginásio, cheias de energia, todas giraças, com os filhos lá também, felizes. Quero ser feliz.

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